No outro dia estava à conversa com os meus pais sobre a alimentação na infância. Provavelmente esta conversa vinha no seguimento de mais uma notícia sobre o tema e nas problemáticas estatísticas de obesidade nestas idades.
Recordava as minhas idas ao refeitório da escola, em como a comida era uma verdadeira porcaria e que costumava levar para os lanches sempre alguma coisa pouco saudável, como os famosos pães de leite com chocolate. Curiosamente, a minha mãe disse: "Ah, mas eu tinha de comprar, senão tu dizias que os teus colegas tinham e tu não.". Ri-me e perguntei-lhe: "Mas então quem é que decide a alimentação das crianças? Os pais ou as crianças?".
Calculo que não tenha sido apenas a minha mãe a aceder aos impulsos gulosos (e de necessidade de ter o que os outros têm) de uma criança, mas os pais é que têm de escolher o que é melhor para os seus filhos, pois uma criança não tem capacidade de tomar esse tipo de decisões.
Não querendo culpar a minha mãe pelo peso que tenho agora, a realidade é que tenho excesso de peso desde os 7/8 anos. A culpa foi minha? Não, é claro que não.
Os pais têm de perceber que são eles os responsáveis por decidir o que os seus filhos comem e que os filhos geralmente imitam os pais nos seus hábitos de alimentação e prática de exercício físico. Para o bem e para o mal. Se isso significar que têm de dizer que não e aguentar uma birra, que seja.
Não sou mãe, mas um dia quero ser e quero que os meus filhos tenham o melhor exemplo da minha parte (e da parte do pai lol), não quero que eles passem pelo que passei por ser mais gordinha que as outras crianças e que quando crescerem continuem a pagar o preço dos kilinhos a mais.
Qual a vossa opinião sobre o tema?
Beijinhos,
Pintainha
PS.: A minha mãe certamente que fez o melhor que sabia ao criar-me e amo-a muito por isso. Mas, os tempos são outros, a informação sobre o tema é outra e não quero cometer os mesmos erros, daí ter decidido falar sobre este tema.
Olá olá,
ResponderEliminarAdorei o raciocínio! Confesso que também passei por isso, e que adorava levar lanches não saudáveis!
Mas por exemplo, depois de jantar, adorava deliciar-me com um pão (tipo caseiro) a abarrotar de tuli-creme!!! E a minha mãe, pai, etc, achavam imensa piada a isso!!! Nunca fui "repreendida" nesse aspecto!
Se são os culpados, não sei, mas que na infância contribuem muito para isso! Lá disso não tenho dúvidas!
Beijinhos
Ai o tulicreme... já nem me lembrava desse. Depois do jantar acho que não, mas aos lanches que fazia em casa sim.
EliminarExiste muitas vezes aquela ideia de "É criança, está a crescer, deixem a criança comer!", no entanto, hoje já se começam a ver os efeitos dramáticos/nocivos dessa linha de pensamento. Que alguma coisa se aprenda disto.
Beijinhos,
Pintainha
Tenho 2 filhos e nenhum deles tem excesso de peso !! Lambarices, doces e esses generos de coisas não entram cá em casa, sopa todos os dias ....
ResponderEliminarJokas
Ana, ainda bem! Certamente que agora com a tua reeducação alimentar ainda vais passar um melhor exemplo para eles. É isso mesmo. :) Força.
EliminarCuriosamente, sempre comi sopa, legumes, fruta e tive preferência por carnes brancas e magras. Mas... sou muito gulosa, sempre fui e os meus pais não me souberam travar. Acho que hoje se vêm casos ainda piores que o meu, em que as crianças não gostam, nem comem coisas saudáveis.
Beijinhos,
Pintainha
Eu confesso que muitas vezes cedo e dou aos meus filhos as bolachas em vez da fruta ou o geladinho ou rebuçado após o jantar... Mas evito-o ao máximo e tento sempre ter opções saudáveis em casa. Acima de tudo os miúdos aprendem por imitação, por isso, se virem os pais a alimentarem-se bem, também se vão alimentar bem... Já em casa dos avós é outra história...
ResponderEliminarBetterme, vejo que és daquelas pessoas que tem consciência do impacto que os exemplos dos pais têm nos filhos e que tentas mudar a tua vida para também dar um melhor exemplo aos teus filhos. E isso é fantástico! Mas, sabes também que ainda existe muito espaço para melhorar.
EliminarPor falar em bolachas e gelados, lembrei-me destas 2 receitas/exemplos, ora vê:
http://www.ouiouisaudavel.com/2013/10/lanches-saudaveis-para-criancas-trifle.html
http://www.jamieoliver.com/recipes/fruit-recipes/wimbledon-inspired-strawberry-ice-cream
Quanto aos avós, também eles precisam de estar envolvidos na educação dos netos. Também aqui "A mamã é que manda.".
Beijinhos,
Pintainha
A mãe tem que decidir e os profissionais da escola também precisam fazer parte disso. É necessário haver regras e bons exemplos. Não dá para educar em um ambiente que oferece alimentação sem qualidade para as crianças.
ResponderEliminarConcordo contigo.
EliminarÉ preciso que todos os que participam na educação das crianças (pais, avós, professores/escolas, etc) estejam em sintonia neste tema e que não se "descartem" desta obrigação de educar.
Infelizmente, a informação não chega de igual forma a todas as pessoas, nem todas as escolas têm esta preocupação em fornecer uma alimentação saudável (e proporcionar um ambiente saudável) às crianças.
Não tenho conhecimento de facto sobre o tema, mas, pelas notícias parece-me que temos um pouco dos 2 mundos: escolas que fornecem alimentos saudáveis e escolas que fornecem alimentos não saudáveis.
Espero que a situação evolua no sentido de todas as escolas (privadas e públicas) fornecerem aos seus alunos uma alimentação saudável e que, com a participação dos restantes educadores, consigamos inverter esta tendência de aumento de peso nas faixas etárias mais jovens e tenhamos amanhã uns jovens mais informados sobre o tema e mais saudáveis.
Beijinhos,
Pintainha
Olá Pintainha!
ResponderEliminarOlha que boa ideia teres pegado neste tema, é algo importante, que me inquieta imenso e dá sempre pano para mangas. Eu também já fui essa criança gulosa e que ganhava muitas vezes na base da insistência "vá lá, vá lá, vá lá" a minha pobre Mãe, que é a melhor do mundo claro :) e lá acabava por ceder embora ela fizesse um verdadeiro esforço para que a minha alimentação fosse saudável. Imagino que não seja nada fácil depois de um dia de trabalho super-cansativo estar a arranjar a energia para dizer firmemente que NÃO a um filho e comprar assim uma birra descomunal - eu até era uma criança muito bem comportada, mas na questão da comida era um grande diabinho...
No entanto, também tenciono fazer ponto nisso e ter cuidado para que os meus futuros filhos comam bem, de forma saudável e que adquiram bons hábitos alimentares logo desde cedo. Como bem dizes, a informação e os pontos de vista das pessoas hoje são muito diferentes do final dos anos 80/início de 90 quando fui criança. Na altura olhava-se com graça para uma criança gordinha, achava-se piada às gulodices e incentivava-se isso mesmo. Perdi a conta às caixas de chocolates que recebia de prenda de tios, avós etc. sob o olhar desesperado da minha Mãe. Até se achava que era sinal de saúde - burrice total! Já no ciclo, lembro-me de o bar da escola ter uma montra gigante de bolos e poucas ou nenhumas opções saudáveis. E que miúdo é que vai fazer a opção saudável quando tem uma ferradura cheia de creme à frente? Em frente à escola havia três "papelarias" cuja fonte principal de negócio era vender gomas, pastilhas açucaradas e gelados aos miúdos que lá iam nos intervalos das aulas - honestamente, acho que isto devia ser tão ilegal como vender crack à porta de uma escola! Sou grande fã do Jaime Oliver que levou a cabo uma verdadeira revolução nas escolas inglesas, educando alunos, pais e professores no que respeita à nutrição - nalgumas dessas escolas, o "vegetal" da refeição era a batata. Frita!
Hoje felizmente os tempos são outros e existe até uma certa paranóia para que as crianças não tenham quilos a mais - antes assim. Há cuidados na preparação das ementas nas escolas e grandes doses de informação e educação alimentar, há a net, etc. Por isso tenho esperança que, quando chegar a minha vez, seja mais fácil incutir hábitos saudáveis às minhas criancinhas! Mas sei que haverá sempre o coleguinha que leva o bollycao como lanche para a escola e que os meus filhos me vão pedir o mesmo, lá terei que explicar que não é uma comida saudável e tal...sei que não será fácil, mas tal como tu não quero que os meus filhos sejam alvos fáceis de bullying e tortura psicológica por serem gordinhos, sobretudo nos dias de hoje em que os miúdos são mais cruéis que nunca.
Respondendo directamente à tua pergunta, naturalmente que "a mamã é que manda" e decide o que a criança come (quando começam a levar o seu próprio dinheiro é outro filme, mas pronto, rezamos para que já vão mais controladinhos), mas os miúdos também são cheios de recursos, sabes o que eu fazia? Trocava os meus lanches saudáveis (sandes e iogurtes) por bollycaos, kinders, bolos e afins. Ou seja, nem sempre é fácil controlar tudo e o ideal é que a mentalização seja feita desde pequeninos, com ajuda de todo o sistema de educação. Aliás, eu defendo que a nutrição devia ser uma disciplina obrigatória na escola, possivelmente integrada no estudo do meio quando são pequeninos e na educação cívica quando mais velhinhos.
Gostei muito do teu comentário Nut-ella. :)
EliminarCoitado do Jamie Oliver, vi um programa em que ele foi à cidade dos USA (?) com maior percentagem de obesos e se viu à rasca para incutir o que quer que seja. Até chorou. Gabo-lhe a perseverança, pois aquelas pessoas só mesmo à chapada, mas ele lá insistiu e conseguiu. :)
Beijinhos,
Pintainha
Só agora tomei consciência do tamanho do meu comentário, desculpa o trabalho que te deu lê-lo hehehe sim, esses programas do Jaime são um verdadeiro abre olhos, algumas crianças nunca tinham visto e não sabiam identificar vegetais básicos, como tomates. Incrível! Felizmente não chegamos a esse extremo :) Beijinhos!
EliminarA comida deve ter o lugar de «combustível» que às vezes sabe melhor que outras vezes.
ResponderEliminarA melhor maneira de criar filhos com uma relaçao saudável com a comida é não lhe dar importância, nem para o bem, nem para o mal.
Cresci numa casa onde era tudo tão saudável que irritava. Fui um bebé gordo e a minha mae com medo que eu fosse infeliz por ser gorda, como ela tinha sido, fez o seu melhor para nos dar a melhor alimentação possível. Resultado: gorda nunca voltei a ser, mas infelizmente vivo c uma preocupação obsessiva com tudo o que diga respeito a comida e exercício físico.
A culpa não é da minha mãe, não. Ela fez o melhor que sabia.
Agora, com 20 anos, também tenho a quase-certeza de que se tivesse provado uma bolacha com 6 anos, não as teria ido comer todas com 15 ou se uma bata frita...ou alguma coisa fora do baralho.
Gorda não sou realmente, também não sou magra demais, mas não é por isso que sou saudável e despreocupada. Infelizmente o «ar» sadio esconde muita coisa...
Queiramos filhos saudaveis, mais ou menos gordinhos. Actividade física FORA de ginásios, menos filmes e mais passeios..ir vivendo, sem deixar passar a batalha que travamos com comida/corpo/imagem/etc. Lá porque é nossa não seja a dos outros. O(s) seu(s) filho(s) vão aprender pelo que vêem...
Obrigada pelo comentário.
EliminarA minha modesta opinião é que não deve ser nem 8, nem 80. Não é preciso privar os miúdos de comer um chocolate (seriamos todos uns "Willy Wonka" lol), uma bolacha, etc, penso que o problema está na quantidade e na frequência com que se dá estes alimentos.
Concordo em absoluto com o último parágrafo... e é isso que procuro para mim.
Beijinhos,
Pintainha
Olá Pintainha,
ResponderEliminarEste post faz-me pensar na minha infância. Eu sempre fui uma miúda gordinha. Nunca fui a mais gorda, mas andava lá perto. Os meus lanches eram compostos por fruta e pão ou iogurte; era raro levar "porcarias". Mas era a neta/sobrinha que "dava gosto ver comer", comia tudo que me punham à frente. O meu problema não era a qualidade, era mais a quantidade. E, como no meu caso, não se tratava propriamente de comida não saudável, era muito complicado para a minha mãe dizer "chega". É muito difícil dizeres que não a uma criança, quando o que ela só quer é comer (tive um problema semelhante com a minha afilhada, que já relatei no blogue há uns tempos). Mas é preciso engolir em seco e dizer não. Dizer "já chega". Pelo bem dos nossos filhos, pelo nosso bem. Mas concordo com a anónima de cima. É preciso não lhe dar demasiada importância, mas sem nunca deixar descarrilar.
O meu maior problema foi quando fui para a escola preparatória e a ter dinheiro para comprar porcarias no bar... :)
No fundo, concordo com tudo o que dizes, e acredito que no futuro vai ser mais fácil com os nossos filhos. Afinal, vivemos num tempo que o saudável é que está na moda :)
Beijinhos